28 de maio de 2010

Você não me conhece nem fodendo!









Todas as pessoas. Todos os mundos. Todos os meus mundos. Eles se encontram vezenquando. As pessoas, os mundos e os meus mundos. Aberrações vindas da infância e gritos amortecidos pelo calor das horas. Estamos diante de um colapso neural que suga todas as energias que insistem em borbulhar em nossos corações. O que fazer para detê-las? O que fazer para mantê-las dentro de nós? O que fazer para retê-las dentro dos nossos mundos?

Filtrar as energias: receber as boas e deixar as ruins passarem pelo filtro de vento que trazemos no peito. É difícil reconhecer num amigo a angústia da soberba, da ignorância, do preconceito pelas coisas que, para ele, ainda são ocultas. É difícil pensar que a vida pode ser tão justa e, ao mesmo tempo, tão injusta. É difícil aceitar que as pessoas te viraram as costas quando você mais precisou e que somente agora, com a poeira no chão e os móveis em dia com a faxina, elas voltam atrás e passam a ver tudo aquilo que você viu desde o início. Escrevo para manter vivo o sentimento que não deve morrer. O sentimento de quem sofreu, mas que sabe perdoar. O sentimento de quem sabe que, nada é como antes, mas pode ser pelo menos mais brando e sem rancores. A mágoa disseca os corpos gélidos, o amor aquece.







Ao som de Você não me conhece [nem fodendo], do Jay Vaquer, me reconheci.








Um beijo pra quem me transforma na melhor pessoa do mundo todos os dias.





19 de maio de 2010

Meus bons amigos...







Hoje eu acordei meio nostálgico. Sei lá. Todo mundo percebe e me diz, mas eu nem sei o porquê. É uma contração involuntária que pulsa e acelera e rebate no peito. Saudade boa de tudo o que se viveu (e vive). Saudade de quem tá perto e de quem tá longe. Longe da alma, do coração, do toque, do beijo e do abraço. Saudade de quem um dia fez história nesse músculo pulsante que trazemos em nosso peito. Esse músculo forte, que suporta tanta coisa e, ainda assim, não desaprende o verdadeiro sentido de amar. Saudade de ganhar, de vencer, de viver a vida (e nem tô falando da novela que terminou semana passada. Estou falando é de vida. E disso, por mais que eu explique, ninguém sabe falar com precisão.

O que nós sabemos mesmo é do nosso mundo. Será que sabemos mesmo? Não sei. Não faço a mínima ideia se sei. Só que sei que algo ao meu redor é passível de entendimento. Do resto eu não ouso falar. A gente fala e complica, se complica, complica o outro, complica a situação e a vida. O fato é a minha boca grande não consegue se calar. E ela fala, fala, fala, reclama, resmunga, faz bico, resmunga e faz bico outra vez. Não tem jeito com ela. Ela sempre falou demais. E todo mundo sempre me crucificou por isso. Às vezes perdemos tempo falando aquilo que já falamos, às vezes ganhamos tempo falando o que nunca foi falado, às vezes perdemos tempo por não ter falado aquilo que precisávamos falar. Desse mal eu não sofro. É melhor falar do que calar.

Pra acompanhar esse texto eu estou ouvindo nada mais nada menos que "Meus bons amigos", do Barão Vermelho. Ouça também e entre no clima. Entra no clima e esquece do resto. "Nossos sonhos, realidades" sempre e sempre mais, porque "sobre os nossos ombros aprendemos a carregar toda vontade que faz vingar no bem que fez pra mim assim, assim". Meus bons amigos, onde estão? Notícias de todos quero saber. Todo mundo precisa de um amigo, todo mundo quer ter um amigo. Eu tenho, graças a Deus. Tenho amigo amigo, amigo amor, amigo mãe, amigo pai, amigo irmão, amigo colega de trabalho que vira amigo. Tenho todo tipo, mas não fico perto deles o suficiente. Ou pelo menos não estou perto deles nos momentos em que gostaria de estar. Enfim, é a vida.

Queria todos os meus amigos sempre ao meu lado. Como uma grande corrente, um elo, todos os elos. É desse elo que precisamos para permanecer firmes, seguros, felizes.
Posso então tirar a super armadura e deixar viver o homem? Pois bem: minha alma é uma criança. Ela precisa de carinho. Não é sempre, a cada segundo, minuto e etc e tal. Não precisa me lamber vinte e quatro horas por dia. Ninguém tem paciência pra novela mexicana. Mas no fundo, bem no fundo, minha alma precisa sentir o carinho. É dela que temos que cuidar. Plantar nosso jardim, regar, ver crescer os frutos, vê-los ganhar cor, vida, luz. Ganhar a plenitude que merecemos ter.

Acho que minha alma chorou hoje um pouquinho, mas ninguém viu. Foi coisa lá dentro. Chorou, secou as lágrimas sozinha, desfez a bagunça, ajeitou o cabelo e saiu linda pra passear e ver a riqueza que ela tinha ao seu redor.