30 de dezembro de 2010

Sonhos e férias!







Falar de sonhos é sempre bom, né?! Não vivemos sem eles, não podemos e nem queremos. Pequeno, médio ou grande. Extra grande. Extra-extra-grande. Super grande. Sonho é sonho. Do tamanho que vier, junto com o que vier. Esse blog é a realização de um sonho meu. E essa realização se dá a cada resposta positiva e linda que recebo de você quando escrevo um texto. Falar de sonhos parece fácil, mas não é não! Sonho é coisa séria. E eu quero te pedir uma coisa: sonhe, mas realize. Corra atrás, faça acontecer.


Desde a escolinha eu sempre amei escrever e ler e escrever e ler e ler e escrever. Sempre. Não sabia quanto era dois mais dois. E isso, sinceramente, não me faz falta. Mas as letras sempre foram minhas. Eram minhas amigas, companheiras, gente-fina-sim-sinhô. Elas me acompanham desde sempre. Eu adorava (A-DO-RA-VA) quando a professora elogiava as minhas redações e pedia para eu ler em voz alta para a turma toda. Morria de vergonha, suava frio, tremia o corpo todo, mas eu confesso que adorava ler os meus textos e ver que, além da professora, mais pessoas gostavam deles. Sou feliz por isso.


Esse blog existe desde 2008. Quer dizer, o domínio é meu desde 2008, mas eu só tomei coragem mesmo esse ano. Publiquei textos antigos, que escrevi em 2009, falei da minha vida, meu amor, minha família, meus medos, anseios, sabores e cores. Me despi para vocês. Despi a alma de todo pudor e recebi muitos recados carinhosos de gente que lê e se identifica. Gente apaixonada, gente humana, gente que ri e que sabe que chorar faz parte. Foi lindo passar esse ano escrevendo. Que venha 2011 com lindas inspirações para todos nós.




Um grande abraço a todos vocês que fizeram de mim um aprendiz de escritor.
Volto das minhas (merecidas) férias dia 24 de janeiro 
aí passo aqui para dar um beijo em todos vocês!




Feliz ano novo!
Feliz novo começo!
Feliz recomeçar!






É sempre tempo





É sempre tempo de apertar os cadarços e andar com o sapato mais firme no pé. A gente anda, anda, anda e às vezes esquece de que é preciso olhar as pessoas que estão a nossa volta.  No fim do ano é assim, a gente começa a repensar tudo o que fez, aquela velha retrospectiva introspectiva e que nos faz sentir aquela leve nostalgia. Dezembro chega ao fim e, com ele, deixamos ir toda a energia velha, antiga, usada. Toda a energia que acumulamos durante todo o ano. É nessa época que deixamos ir embora aqueles velhos receios, aqueles medos taciturnos, aquelas brechas de solidão. 



Quero ser breve ao falar do ano novo, pois ele é novo. Em branco e bem limpinho. Do jeito que eu gosto. Aliás, esse é um dos meus gostos que serão controlados ano que vem. Não é promessa, nem listinha para o ano novo. É apenas uma resolução consciente. Existem coisas limpas no mundo, Diego. Esse ano que passou deixou um trauma que eu vou fazer questão de lutar para esquecer e isso já está sendo providenciado. Porque luta boa é aquela que não espera o dia certo para começar. Viva o hoje e lute sempre.


Quero, ainda, pedir desculpas. Desculpas mil. Me desculpe você, que sempre me ouviu e sempre olhou por mim, sendo amiga e sendo companheira. Sendo presente. Desculpe por não ter percebido a real intenção de tudo o que foi dito e feito. Sinto muito, mas já passou e agora está tudo bem. Me desculpe você, que sempre quis o meu bem e que, muitas vezes eu não soube perceber. Me desculpe pelo meu jeito forte, turrão, possessivo (às vezes) e meio tirano. Não foi a intenção.


Desculpem-me vocês, que me deram a vida e, mais que isso, me ensinaram a ser quem eu sou. Desculpe se os fiz sofrer com as minhas atitudes. Foi tudo por amor e tudo pela minha felicidade. Posso ter sido egoísta, mas o coração é meio insano às vezes, faz as coisas e depois vê o que vai dar. Ele sabe que o tempo irá curar as feridas e mostrar que o que ele fez era bom, era de coração. 
Desculpe-me você, meu amor, pela minha falta de paciência, minha incompreensão e a minha vontade de mudar o mundo, o seu mundo. Desculpe pela minha rigidez e meu pragmatismo exagerado. Desculpe-me se eu não te amei como você merecia, desculpe se faltou carinho, atenção, compreensão. Desculpe se eu falhei nessa nossa caminhada. Te amo de um amor infinito, que não cabe em mim, que se expande. Quero você ao meu lado em todos os anos, novos ou velhos, lindos e nem tão lindos. 


Desculpem-me!
Mas é sempre tempo de olhar para trás e buscar refazer o que foi feito de uma forma não tão correta, não tão do jeito que deveria ser. Desculpar-se faz um bem danado e eu não podia deixar esse 2010 ir embora sem fazer isso.





28 de dezembro de 2010

Não existe!








Não. Ele não existe. O ano novo, como o próprio nome já diz, é novo. Ele não existe ainda. Não tem nada pronto e nada moldado para ele. Ele é novo e será construído dia após dia, com suspiros (alegres e tristes), com amores, com muita saúde e muita felicidade. O que você precisa saber dele é basicamente isso: ele é uma página em branco. Várias páginas em branco. Um livro todinho seu, você é o autor. Você precisa fazer de 2011 o melhor ano da sua vida e eu sei que, assim como eu e muitas outras pessoas, você acaba deixando o seu ano nas mãos de outras pessoas ou até mesmo do tal do "destino". O seu destino é você quem faz. Quem é que já olhou bem no fundo dos olhos desse tal destino e disse: "-Ei, eu quero o melhor ano da minha vida! E eu vou te pedir isso todos os anos, ok?" Quem é que um dia já fez isso? Ninguém. Sabe o por quê? Porque o seu destino está em cada pequena ação do seu cotidiano.


Em 2011 precisamos de muito mais amigos e encontros e sorrisos e sorrisos e muitas alegrias. O ano novo faz um brinde com a gente. Por que não brindar com ele todos os dias de nossas vidas? Por que cada amanhecer não se torna um brinde à vida? Eu sei que o ano que ora está terminando pode não ter sido de todo bom para você. No meu caso, eu preciso esquecer algumas passagens desse ano. Eu experimentei dores incalculáveis, angústia, desespero e sofrimento sem tamanho. Coisas que eu nunca tinha experimentado antes e coisas que eu sempre desejei passar longe. E eu quero deixar isso tudo aqui, em 2010. Não quero levar nada de velho ou ruim pro meu ano novo. Para o meu ano novo só vou levar minhas vitórias, conquistas, amores e tudo de bom que eu vivi.


No meu ano novo só existe o bem. Se você me deseja o mal, eu te desejo amor. Se 2010 não deu certo por algum motivo, pense: é porque tem algo melhor preparado para você. Procure amar mais, viver mais, acreditar mais, sonhar mais, respirar mais. Respire fundo e pé na tábua. Solte o sorriso preso no coração e liberte sua mente. Viva seu corpo. Ele é seu instrumento para ser feliz. Respeite-o e será respeitado por ele. Entenda, ainda, que as pessoas não são obrigadas a te amar incondicionalmente. Elas não vão entender se você acordar de mau humor e começar a maltratá-las. A responsabilidade de fazer o seu dia valer a pena é inteiramente sua. 


Ei, outra coisa, quando errar, desculpe-se. "Foi mal" não é "me desculpe". Aprenda a usar as palavras a seu favor, faça delas as melhores aliadas que você pode ter na vida. Uma palavra muda o mundo. Um sorriso transforma os corações e uma boa ação faz a sua alma sentir-se viva dentro de um anonimato incrível e consolador. Agradeça, a vida é feita de milagres. Agradeça por eles acontecerem a todo momento em sua vida e daqueles que você ama. "Valeu" não é "muito obrigado". Sinta-se muito agradecido, demostre isso. Faça com que o outro sinta que você realmente gostou de tudo o que aconteceu. "Eu também" não é "eu te amo". Mostre seu amor. Deixe que o mundo (ou apenas a pessoa que você ama) saberem que você carrega consigo o mais nobre dos sentimentos humanos - o amor. Amor que move o mundo, que derruba barreiras de tempo e espaço, que faz crescer, que faz envaidecer. Amor que mexe com as nossas estruturas, que faz vibrar, que faz viver.


Quer vencer os desafios do mundo? Confie em Deus. Ele é único, onipotente e onipresente. Seja qual for a sua crença, sempre existirá um Deus, uma força maior em que você acredita e confia suas esperanças. Quer ser bom no que faz? Pratique. Nada melhor do que repetir várias vezes as coisas que precisamos saber fazer com maestria. Quer crescer? Tenha raízes. Nunca perca de vista os seus amados, os seus laços de sangue e os seus princípios. Quer ver os resultados? Perservere. Faça da sua vida uma eterna batalha, um eterno esperar, um eterno aprendizado. Quer ser feliz? Esqueça o passado. Viva o presente e não se preocupe tanto com o futuro. Se você vive bem o presente, não tem como o futuro dar errado, ok? É uma regrinha natural da vida. Quer falar bem? Tagarele menos e escute mais. Quer fazer a diferença? Seja a diferença que você quer ver nos outros. Aqueles que nada fazem e esperam algum tipo de vitória estão perdendo tempo. A vitória é dos que lutam, dos que agem, dos que "saem do porto" e se arriscam para alcançar o topo da montanha. 


Em 2011, attraversiamo! Vamos atravessar. Vamos transpor barreiras, ultrapassar nossos limites e viver lindamente. Perigo é esperar a vida acontecer. A vida não acontece. Você é que tem que fazer acontecer.





21 de dezembro de 2010












18 de dezembro de 2010

Nota mental pra 2011: pescaria






um homem
que se preocupava demais
com coisas sem importância
acabou ficando com
a cabeça cheia de minhocas
um amigo lhe deu então uma ideia
de usar as minhocas 
numa pescaria para se distrair
das preocupações

o homem se distraiu tanto
pescando
que sua cabeça ficou leve
como um balão
e foi subindo pelo ar
até sumir nas nuvens.
onde será que foi parar?
não sei
nem quero me preocupar com isso.
vou mais é pescar.


José Paulo Paes






16 de dezembro de 2010












Amor não tem estação. Não tem frio, calor, flores ou folhas caindo. Amor é atemporal. Os tempos mudam, os sentimentos são os mesmos. Queria eu saber fazer poema. Acho lindo quem sabe rimar. Para mim, rimar é dançar valsa com as palavras, é rodopiar no meio do salão enquanto todos param para olhar. Amor também é assim: é espetáculo. Amor é pra dançar junto. Seja lambada, merengue, tango (ui), salsa ou merengue, Maria! Falar de amor não precisa ser tenso. Às vezes é, mas muitas vezes (a maioria delas) amor tem que ser relaxamento, serenidade, suavidade, toques, gestos, cores, sabores, louvores. Amor é um culto escandalosamente sagrado. É um grito que não consegue ser sufocado. Passam-se anos, décadas, milênios, amor é amor e tem força suficiente para sê-lo. Não adianta tentar ser Jobim, Nando ou Chico aqui, não sei falar de amor fazendo poesia. Talvez porque eu seja amor-prático. Não sei falar de amor em verso, mas sei versar com meu amor as formas de fazê-lo feliz.






Pra vocês, um presente que Roberta Campos e Nando Reis me deram de Natal!

 







8 de dezembro de 2010

Minhas cartas ao Pequeno Príncipe: sobre a rosa




Terra, 08 de dezembro de 2011.



Petit, tudo bem com você?
Tempos que a gente não se fala ou se escreve ou se twitta, né? Como vão as coisas aí no B612? Espero que esteja tudo bem.  As coisas aqui na Terra estão como de costume, muita correria, muita fumaça, muita gente gritando coisas que não deviam ser nem ao menos sussurradas. É a escolha deles, né? Fazem o que querem e não se importam com a verdade do universo e toda a energia que nos cerca. Deixa pra lá, porque esse povo não compensa. Outro dia até espancaram um menino na rua com lâmpadas fluorescentes só porque ele é gay. Tem base? Sorte sua que vive no seu planeta e não precisa conviver com animais truculentos como esses que temos aqui. Mas não é por isso que estou te escrevendo.


O que acontece é que eu fiquei com saudade mesmo. Escutei uma música tão bonita e me lembrei de você e de sua rosa. Como ela está? Muita gente não simpatiza com ela, eu sei, mas eu mudei muito a visão que eu tinha dela. Todos falam do orgulho excessivo e da arrogância que sua rosa exalava em seu planeta. Era como se ela fosse a rainha do B612 e você um mero servo daquela tirana senhora. Por esses dias comecei a pensar na relação de vocês dois. Não que eu tenha alguma coisa a ver com isso, mas é que aprendi muita coisa analisando a sua turbulenta relação com ela. Aprendi algumas coisas que eu sempre quis aprender a respeito do amor e da pessoa amada. Aprendi que devemos olhar bem no fundo dos olhos do amor e perguntar: o que é que te faz feliz?


Bem, não me interprete mal, mas você sabe que igual a sua rosa existem mais de mil, mais de milhões, mais de bilhões e isso todo mundo sempre te disse. Porém não é isso que quero dizer. O que quero dizer é que, dentre essa infinidade de rosas, tu escolhestes uma para amar. É para ela que você vive e eu, sinceramente, não acho que você esteja errado. Nos seus momentos de solidão é ela quem esteve do seu lado. Ela te ouviu e te acolheu num abraço. Quer coisa mais bonita do que alguém para abraçar? Alguém por quem lutar? Alguém por quem voltar pra casa? Quer coisa melhor do que ter alguém? Tem gente que gosta de dançar, de passear, de rodar o mundo. Contudo, eu sou da turma do amor. Assim como você, gosto de ter a minha rosa. Uma rosa bem cuidada, bem regada, numa redoma que a proteja, mas que não a deixe isolada do mundo. Até porque as nossas rosas precisam viver, né? 


É claro que existem fases e mais fases num relacionamento. É fato e todo mundo comentou que foi o orgulho e a arrogância da sua rosa que abalou a paz do seu planeta e te fez viajar pelo espaço, chegando, finalmente, à Terra. Aqui, em nosso planeta, você descobriu o segredo do que é realmente importante na vida. E essa mudança de valores que aconteceu na sua vida não foi acompanhada por todos os que te conheciam. Você passou a enxergar o mundo com outros olhos e isso não era unânime entre os que conviviam com você. Talvez por isso tenha sido tão difícil tomar as decisões que você tomou e seguir firme com elas até o fim. Antigamente, você vivia só e isolado no seu planeta. Graças à sua rosa, você viajou e conheceu outros mundos, aprendeu que a vida existe em diferentes formas, conheceu a raposa e a cobra, conheceu seu amigo aviador e me conheceu, conheceu outras rosas e outros seres tão solitários quanto você um dia foi. 


Como nos equivocamos na avaliação das coisas e das pessoas que nos rodeiam, não é mesmo? E como esses julgamentos nos levam à solidão. Nos entregamos a nossas preocupações diárias, nos tornamos adultos de forma definitiva e esquecemos a criança que fomos. Nos tornamos secos no trato e passamos a enxergar as coisas boas sob uma ótica completamente monetária e hierárquica. Ele não pode namorar com fulano, porque fulano é pobre, é negro, é judeu, é roxo, é azul, é amarelo, é do mesmo sexo, é um preguiçoso, é um sanguessuga e tantos outros adjetivos que os que não enxergam com o coração trazem à tona. Somos bombardeados por um exército hipócrita quando resolvemos assumir um relacionamento. As pessoas querem entender o que se passa dentro da gente. Elas querem controlar uma coisa que nem nós mesmos temos controle - o nosso coração. Você sabe (e compartilha da mesma ideia) que o coração não é apenas um músculo que nos mantém vivo. Ele cuida de toda a parte burocrática do organismo, sim. Distribui sangue, controla a pressão, bate, bombeia, se joga o tempo todo. Mas o fato é que ele precisa ser preenchido com muita coisa boa, muito sentimento bom, muito amor. Sem isso, nem ele sobrevive. 


O que eu quero é que você saiba que eu te apoio e que eu estou aqui para o que você precisar. Sua relação com a sua rosa é coisa que interessa só a vocês dois. E eu, a partir de hoje, respeitarei isso de forma sagrada. Se ela te faz bem e te faz feliz, pra quê que eu vou ficar metendo o bedelho? Você sabe se cuidar e sabe o que é melhor para você. A gente já está bem grandinho pra ficar querendo e pensando que tem que agradar os outros, né? Temos que saber o que se passa dentro da gente e assumir isso como a verdade da nossa vida. Isso vai acalentar a nossa alma e fazer florescer lindos frutos. O menino que ensinou o mundo a amar estava apaixonado e ninguém dava bola pra isso. Todo mundo metia o pau em você e na sua rosa. Mal sabem eles que isso te machucava profundamente. Mal sabem eles que existem feridas que cicatrizam, mas que deixam marcas eternas. Mal sabem eles que você é humano.


Nossa civilização contempla Deus através dos homens. O homem foi criado à imagem e semelhança de Deus. Respeitava-se Deus no homem. Tanto é que o Filho de Deus se fez homem e morreu entre nós. Esse reflexo de Deus conferia uma dignidade inalienável ao homem. Assim, as relações do homem com Deus serviam de fundamento aos deveres de cada homem consigo próprio ou para com os outros. Isso, meu caro, é o que todos acreditam, mas que poucas vezes colocam em prática. Tem gente que mata sem preocupação, que rouba, que desrespeita o outro. Jesus não nos ensinou a amar o próximo como a nós mesmos? Por que então tantas pessoas, inclusive do alto escalão, não assimilam esse ensinamento tão simples - e, ao mesmo tempo, tão complexo - de uma vez por todas e tornam isso uma constante em suas vidas? Isso é básico: respeito antes de qualquer outra coisa. Só assim o amor consegue se estruturar.


Enfim, que bom que você lutou pela sua rosa e fez dela tão importante. A vida é feita de batalhas e, tanto aqui, quanto aí no seu planeta a gente tem que ser perseverante até conseguir a vitória. Bom falar com você novamente. Vê se me liga. Agora eu tenho um chip da Tim que tem uma promoção incrível. A gente vai falar ilimitado (merchandising completamente gratuito, ok?!) e vai poder fofocar bastante. Que você tenha um Natal lindo, meu amigo. E que seu ano seja realmente novo, em todos os sentidos.



Um forte abraço, do seu amigo terráqueo.



P.S. Aqui embaixo estou postando o vídeo da música que me fez lembrar do Príncipe.




"Os contos de fadas são assim:
Uma manhã, a gente acorda
E diz: 'Era só um conto de fadas...'
E a gente sorri de si mesmo.
Mas, no fundo, não estamos sorrindo.
Sabemos muito bem que os contos
de fadas são a única verdade na vida."

Antoine de Saint-Exupéry

 

7 de dezembro de 2010

Lados





O importante é trazer paz, mesmo que isso seja o que mais te falta nesse momento. Sua alma grita, seu peito se esconde, seu coração além de agoniado está com alguns arranhões. O importante é verdadeiramente querer trazer paz, mesmo que isso te custe o ar, mesmo que isso possa te fazer mais mal do que uma lâmina cortando em fatias o amor que você dedica aos seus amados. Muitas vezes é assim. Muitos lados tem os seus próprios lados. E, na grande maioria das vezes, esses lados não atravessam juntos a mesma ponte. Tem sempre aquele lado que prefere passar correndo pela ponte, tem aquele que quer passar nadando, tem aquele que nem quer passar. O que raras vezes nós vemos é aquele que quer passar de mãos e corações entrelaçados, lançando olhares simbióticos para a natureza que cerca aquele momento mágico. A mágica está na travessia e não no final do caminho.


Do lado de lá com certeza deve haver paz, deve haver harmonia, amor verdadeiro, luz e luz e água e vida. É só ter vontade de felicidade para perceber que, do lado de lá, você precisará aproveitar o melhor que existir com base em toda a experiência que adquiriu no percurso. Entenda-se aqui um leve suspiro e um sorriso forçado no canto da boca. Não é fácil pra ninguém, não faça essa cara de desespero. Não é nenhuma novidade o que estou dizendo. Porque mesmo quando tudo parece não funcionar eu prefiro continuar acreditando no amor. É ele que, no final disso tudo, vai fazer cada segundo ter valido a pena. Ponha teu melhor vestido e vem pra cá. Attraversiamo. Vamos atravessar?


Do lado de lá você também enfrentará problemas. Talvez os mesmos problemas que enfrentou do lado de cá. Talvez você passe por cima deles com a experiência adquirida, talvez você dê a ele a mesma atenção de outrora, talvez você o ignore completamente e siga seu caminho. O importante é não se esquecer de buscar forças no seu infinito particular e seguir em frente, com a cabeça erguida e os pés fincados no chão. Sonhar é preciso, mas a batalha traz a vitória de poder sonhar. Abater-se, no mundo cão que vivemos hoje, é jogar a toalha para o nosso maior inimigo - o nosso medo de tentar.


Do lado de cá tem alguém que tenta, que faz de tudo, que faz tudo. Tem alguém que acredita no amor e abre mão de mais coisas do que você imagina. E essa pessoa não te cobra isso, ela não joga nada na sua cara, não é esse o objetivo dela. Essa pessoa só quer o mesmo carinho, amor, respeito. Ela só quer sentir-se retribuída por tudo o que faz. Essa pessoa escolhe momentos e os transforma em um paraíso imaginário em sua cabeça. Não passe como uma onda desmoronando seus castelos de areia, ok? Não faça isso! Ela só quer o seu bem e a sua felicidade. Essa pessoa precisa de cuidados e ela corre atrás disso. Porém ela não sabe pedir carinho, talvez esse seja o seu mal. Talvez ela esteja de todo errada. Talvez essa pessoa seja egoísta a ponto de pensar que o que ela faz pode significar alguma coisa tão grandiosa quanto é para ela. O fato é que essa pessoa se ama demais e não vai permitir que a amem menos do que ela própria se ama.


A travessia é longa, mas também é muito bonita. Não tem graça passar correndo pela vida e esquecer de olhar em volta. Não basta passar sem apreciar o que te acontece pelo caminho. Repito: a beleza das coisas não está no seu formato final, aperfeiçoado. A beleza está na lapidação, na construção e na convivência. Eu quero atravessar olhando o caminho. E você? Vai ficar aí parado esperando que alguém passe e te roube o amor mais puro do mundo? Vai esperar que ele comece a acreditar que não passa de um segundo plano em sua vida. Brilha seu sorriso e vem pra cá.










"Sentem-se amados aqueles que perdoam um ao outro e que não transformam a mágoa em munição na hora da discussão. Sente-se amado aquele que se sente aceito, que se sente bem-vindo, que se sente inteiro. Sente-se amado aquele que tem sua solidão respeitada, aquele que sabe que não existe assunto proibido, que tudo pode ser dito e compreendido. Sente-se amado quem se sente seguro para ser exatamente como é, sem inventar um personagem para a relação, pois personagem nenhum se sustenta muito tempo. Sente-se amado quem não ofega, mas suspira; quem não levanta a voz, mas fala; quem não concorda, mas escuta.

Agora sente-se e escute: eu te amo não diz tudo."


Martha Medeiros





3 de dezembro de 2010

Monstros





Eu queria chegar aqui e falar sobre mim hoje. Só hoje. Mas não consigo. Eu preciso falar sobre todos nós, grupo, coletividade, massa. Talvez isso diminua meu desespero e minha dor ao me deparar com os meus montros. Talvez isso faça eu me sentir apenas mais um. Às vezes é bom ser apenas mais um no meio de um turbilhão. 


Tem dias que a gente se sente meio fragilizado e deixa-se levar por aqueles monstros que assombravam o nosso guarda-roupa, embaixo da nossa cama e, até mesmo, dentro da caixa de brinquedos. Somos bombardeados todos os dias por uma carga emotiva muito grande e isso torna a vida um pouco mais difícil. Fica difícil dizer aos amigos que a gente ama a presença deles em nossas vidas, fica difícil separar um tempo para fofocar na cozinha com a mãe, fica difícil até de respirar. Acredite, fica difícil mesmo.


Eu passei por alguns momentos muito difíceis esse ano (que graças a Deus está acabando) e esses momentos me deixaram muito abalado psicologicamente. Conversando sobre isso, botando tudo pra fora mesmo, percebo que as coisas precisam ser ditas para serem amenizadas. Quando abrimos o nosso coração e colocamos para fora nossos medos e traumas, parece que estamos dando uma ordem de despejo para todos os montros que povoam nosso universo. Porém isso não acontece de uma vez só. Não é tão simples assim. Leva tempo e demanda um grande conhecimento sobre si mesmo. E essa é a parte mais difícil.


Eu só queria que isso tudo passasse o mais rápido possível e eu sei que vai passar. Sei que existem pessoas que passam por coisas que maltratam o inconsciente tanto quanto as que eu passei. Ano novo chegando parece que tudo se renova, né? O ano novo vai trazer pra gente tudo que o ano velho nos tirou: vamos ter alegria de viver. E só teremos isso construindo nosso caminho com pedrinhas coloridas e um super cimento de amizade. Ser feliz é caminho e não consequência. Fazer as coisas boas da vida ganharem o devido valor é dever de cada um de nós. No mais, é viver!





 E nada melhor do que Kylie Minogue para espantar os monstros, né?

 




Beijo pro meu amor lindo!
Beijo pro Alex, que me cobra atualização aqui no blog todos os dias!
Beijo pra @keligrazieli e pra @Paulla_pm, minhas meninas do Twitter que sempre estão atentas ao blog!





29 de novembro de 2010






"Até onde posso vou deixando o melhor de mim...
Se alguém não viu...
Não me sentiu com o coração."

(Clarice Lispector)






26 de novembro de 2010

Bem me quer, não te quer







Quando eu te gosto,
eu gosto com todo o meu corpo,
eu gosto com todo o calor
eu gosto com tudo que tenho em mim.



Quando eu te gosto eu sinto um arrepio que sobe dos pés até a nuca, me fazendo dar um leve suspiro de satisfação. Quando eu te gosto eu faço tudo por você. Canto, dança, sapateio e até deixo de fazer alguma coisa que eu goste muito. Quando eu te gosto eu quero te sentir livre e, ao mesmo tempo, tão meu que eu possa descasar durante a turbulência. Quando eu te gosto é assim, fogo, paixão, atribulação. Quando eu não te gosto eu nem olho pra você. Nem lembro que você existe. Mas quando eu te gosto eu trago o melhor de mim pra superfície. Agarre. Conquiste. Não solte.


Porque quando eu te gosto é pra valer.


 



16 de novembro de 2010

Lenda urbana







Era uma vez um garoto sensível, educado e trabalhador. Tinha lá seus defeitinhos normais que todo ser humano tem. No mais era pura tranquilidade. Fazia de sua vida um eterno aprendizado e vivia em prol de sua felicidade, não interferindo na dos outros. Esse garoto nasceu assim, colorido, cheio de alegria. Cresceu em meio a insultos e xingamentos de toda classe (ou falta de classe). Passou por poucas e nem tão boas assim. Aprendeu na marra a viver de uma forma um pouco mais apreensiva. Criou uma carapaça tão dura que só o verdadeiro amor e carinho poderia ultrapassar. Era quieto e muitas vezes tímido. Não era de ficar cobiçando ou olhando ou assediando outros garotos. Ah sim, não te contei que esse garoto é gay, né? Pois então, ele é gay. E isso não muda nada do que eu disse aí em cima. Ele é gay, assim como você é hétero. Isso não muda e nem desvaloriza esse garoto. Ele é estudado, se esforça, ganha a vida com o suor de seu rosto delicado e bem cuidado. Seus traços fortes indicam todo o caminho que percorreu. Sua força vem de uma trajetória não tão lindinha quanto um conto de fadas. Sua força vem da experiência que ele tem em sair do fundo do poço, haja vista que muitas vezes ele precisou se recompor, enxugar as lágrimas e alcançar a superfície, cheio de arranhões em seu corpo e em sua alma. Ninguém se preocupou com o que aquele garoto tão especial sentia. Ninguém nunca parou para perguntar se ele precisava de ajudar, se a caminhada estava difícil e árida. Ninguém nunca quis saber o que se passava na vida dele. Agora vem um idiota qualquer (qualquer no sentido mais lixo da palavra) e agride esse garoto de forma tão cruel e desumana? Faça-me o favor, né! Será que ele pensa que só porque o garoto é gay ele necessariamente está a fim dele? Será que esse babaca pensa que só pelo fato dele ser gay implica no constante assédio? Quem disse que ele faz o tipo do garoto? Mas enfim. Fim.




Eu: -Fim.
Ele: -Fim? E os meus direitos? Como assim?
Eu: -Simplesmente FIM, meu caro. Estamos num país onde a dignidade humana é medida pela sua orientação sexual. Gay é menos gente que qualquer heterozinho babaca e medíocre só porque este se enquadra nos padrões sócio-hipócritas. Os carinhas nojentos que te agrediram estão por aí, soltos, livres pra fazer com outro garoto tão especial quanto você alguma atrocidade tão inescrupulosa quanto à que ele cometeu com você. E não adianta você pensar que homofobia só está presente naquele cara que te xinga quando você passa. Homofobia está em toda parte. Não é pra você perder o encanto, meu caro. Mas que isso sirva para você perceber que o mundo não vai ter a mesma elegância que você tem no trato com os outros seres vivos. Essas pessoas tem a alma suja, maltratam animais indefesos, maltrata a mim e a você. Essas pessoas estão em todos os lugares. E não devemos ofender os doentes mentais ou animais peçonhentos. Os doentes mentais costumam ter mais discernimento que pessoas preconceituosas. Os animais peçonhentos foram criados pelo mesmo Deus que criou a mim e a você e a toda essa corja de homofóbicos. Não podemos culpá-los, cada um usa as armas que possui. A verdade, meu amigo, é que os homofóbicos, assim como eu, você, o tio da padaria e a gatinha que roda bolsinha na esquina, são homens comuns, porém muito mais inquietos e insatisfeitos com a própria situação em que se encontram. Quando ele vê que seu semelhante gay esbanja alegria e trejeitos proibidos a ele desde a infância, é mais do que natural que eles não queiram ficar para trás, tomando atitudes repulsivas e calhordas. O que eles querem é enquadrar o gay nos mesmos padrões aos quais foram obrigados a permanecer desde crianças. Hoje, esses idiotas são esses homens quadrados e sem sal. Eles enxergam em você e em mim, meu caro, traços de si próprio, porém não conseguem reconhecer em nós todos esses avanços consideráveis como a espontaneidade de gestos, sensibilidade artística e roupas mais apertadas. Os homofóbicos estão presos a calças largas e cheias de zíper. Acho que isso tem os sufocado bastante.



8 de novembro de 2010

Sobre normalidade



Eu realmente queria ser normal e sei que não sou e que nunca serei. E isso está me fazendo pensar de uma forma diferente. Na vida, nos amigos, na família, em tudo aquilo que eu sempre acreditei que fosse o normal. Ultimamente isso tem me feito pensar bastante na verdade. 


É estranho ver que todos te acham o cara mais legal e cool e descolado e cheio de amigos e com um amor incrível no peito e um garoto legal a quem amar e blá blá blá, mas que no fundo todo mundo quer mesmo é te fuder. É isso aí. Não me venham com churumelas. Todo mundo começa a te olhar diferente só porque o seu jeito de amar inclui bombons, flores e uma boa dose de contravenção. Parece que o mundo inteiro está flertando com você, ao mesmo tempo, numa balada muito louca e meio non sense. Você começa a se sentir atraente, espetacular e com um gostinho de tangerina fresca na boca. Ou seria só a sua imaginação.


Isso acontece porque você realmente é assim e o mundo inteiro realmente tem muito o que aprender com você. O problema é que às vezes você tem um amor incrível e um garoto legal a quem você chama de seu. O problema é que você é feliz independente das dores que você está sentindo hoje. Quem não sente alguma dor? Isso vai passar. É o que eu digo para mim todos os dias. O problema é que você é lindo e isso não é fruto da genética maravilhosa que você tem. Isso é fruto dos amores que você traz consigo dentro da alma. Isso é fruto do jeito estranho e diferente que só você tem de cultivar os melhores sentimentos que você encontra pela estrada. Isso só você tem. É seu.


Você sabe exatamente quem você quer te leve pra cama e te dê uns bons amassos numa tarde chuvosa de domingo. Você sabe que sua mãe está bem e que você não é a decepção da vida dela só porque a sociedade a fez pensar de acordo com um bando de regras e parâmetros inúteis e obsoletos. Você sabe que seu pai sente orgulho de você, apesar dele não falar muito. É o jeito dele. Você tem o seu jeito e tem que respeitar o dos outros. Você sabe que vai ser lindo quando você estiver tocando violão maravilhosamente bem e seu irmão vai ficar feliz por ter te ensinado tudo direitinho. Você se dedica e é recompensado. A vida é exatamente assim. Ela te cobra o melhor e você sofre por isso na grande maioria das vezes. Mas isso é bom. É crescimento. Você verá que isso vai te dar força. Uma força tão incrível que vai te puxar do fundo de qualquer poço que você cair ou que, por desventura, alguém consiga te jogar.


Eu realmente queria ser normal. Mas eu queria ser normal bem assim, do meu jeito, com as minhas coisas e manias. São elas que me tornam esse ser humano radiante e que tem plena consciência de que precisa lutar sempre para continuar vivo. A vida nos ensina muita coisa, mas nós também ensinamos muitas coisas a ela. Muitas pessoas nos olham, gente que você nem imagina que exista, gente que você não acredita que existe e gente que você sabe que existe, mas que nunca quis fazer a diferença e se mostrar viva. Eu sou de um tipo de gente diferente. Você tem o seu tipo, ele tem o dele e ela tem o dela. Cada um é de um jeito e não adianta lutar contra isso. Somos todos diferentes e não somos normais, graças a Deus. Somos fruto de um trabalho intenso. Aprendemos a andar, a falar, sofremos com o nascimento dos dentes, depois os perdemos e depois os ganhamos de novo e, nesse meio tempo, enfrentamos tempestades, medo do bicho-papão, enfrentamos a vida e, quando menos esperamos, a vida nos encanta e nos mostra que existe ainda muita coisa a se aprender sobre ela. E você só vai conseguir aprender alguma coisa se for exatamente como ela é: um ser completamente normal dentro de toda essa anormalidade rotativa.





Ao som de Closing Time, da Semisonic, aprendi.





Quem gostou da música e quiser baixar é só clicar aqui embaixo.








4 de novembro de 2010

O eu interior





Na foto: eu mesmo, Diego Muzitano, num paraíso que Deus criou aqui na Terra.









1 de novembro de 2010





Miss Sarajevo - U2 feat Luciano Pavarotti

Is there a time for keeping your distance
A time to turn your eyes away
Is there a time for keeping your head down
For getting on with your day

Is there a time for kohl and lipstick
A time for curling hair
Is there a time for high street shopping
To find the right dress to wear

Here she comes, oh oh
Heads turn around
Here she comes
To take her crown







"Sabe o que eu quero de verdade? 
Jamais perder a sensibilidade, mesmo que às vezes ela arranhe um pouco a alma."
Clarice Lispector


Não peça para eu me calar...


...porque eu não vou fazer isso só para te agradar. Não adianta tentar me enfiar as suas verdades ou teorias goela a baixo. Se eu gosto de você, ótimo. Sorte a sua. Se eu não gosto, fica longe de mim. Vai ser melhor pra mim, pra você e pra todo o universo e suas forças cósmicas. Eu não sirvo para ser uma vaca ou uma girafa. Não sei ruminar. Ou engulo ou cuspo.







Crush




Crush é um curta-metragem encantador que conta a história de Tina e Robbie. Eles se aproximam devido ao gosto por um seriado e Tina começa a se apaixonar por ele. Porém, Robbie é gay e conta tudo a Tina, que vai dar uma mãozinha ao mais novo amigo. 

Assistam!
É bem fofo e tem uma história linda.

 











29 de outubro de 2010

And let it shine...







Eu poderia escrever algumas histórias bem depressivas e cheias de tristeza hoje aqui. Porém, de última hora, eu resolvi que não. De nada adianta ficarmos remoendo tudo o que passamos de ruim e traumatizante. A vida tem pressa e nos cobra isso a todo momento. Durante esse ano passei por momentos de grande sofrimento, dor, dor mesmo, física e psicológica. Passei por grandes maus bocados. Senti medo, pensei que não aguentaria mais, cheguei no limite das minhas forças. O que eu acho até errado de falar, pois limite é uma coisa que eu aprendi que não existe. Não existe limite para quem realmente quer alguma coisa, para quem se esforça, para quem luta. E é por isso que eu não conheço limite. Lutei contra a dor, alcei voo, fiz morada junto ao meu infinito particular.



Acordei pensando nisso. Vi uma pessoa que eu conheço passar por mim na rua e fiquei pensando como uma pessoa consegue chegar ao fundo do poço e não conseguir forças para sair de lá. Essa pessoa usa drogas já há algum tempo e agora está envolvido com drogas mais pesadas. Já tentou tratamentos, internações e até mesmo uma boa dose de amor e família. Nada resolveu. Nada fez acender nele a vontade de fazer melhor, de sair em busca de novos caminhos e novos rumos. E essas coisas, acredite, só dependem da gente.


Somos inteiramente responsáveis pelo que nos tornamos. Nascemos, crescemos e passamos a vida inteira procurando por algo ou alguém que justifique a nossa existência, o modo como vivemos, a forma como encaramos nossos problemas. Essa é uma busca inútil, uma perda de tempo. Somos o que somos e isso é construído todos os dias pelas nossas próprias mãos. Não podemos colocar essa responsabilidade nas mãos de ninguém. Essa faísca de vida deve ser acesa por nós mesmos. Devemos fazer brilhar toda a luz que existe dentro de nós, cuidando sempre para que ela não se apague. Somos fogos de artifícios, somos luz, somos tudo aquilo que queremos ser. E nada nem ninguém pode nos tirar essa dádiva.


Hoje eu resolvi assistir ao clipe Firework, da Katy Perry. Geralmente eu não tenho um pingo de paciência para as coisas que ela faz, mas resolvi assistir  e, para minha surpresa, me encantei com a delicadeza desse vídeo. A inspiração vem exatamente de tudo o que eu pensei hoje o dia todo. Só nós podemos acender a faísca que existe dentro da gente. Temos todos uma luz incrivelmente linda e cheia de cores dentro do peito de cada um de nós. Por que não liberamos essa luz? Por que sufocamos cada vez mais nossos sentimentos, beleza e vontade de viver? Por que nos maltratamos tanto?


Quando deixamos de lutar pelo que queremos, estamos apagando a nossa luz interior. Estamos fazendo com que ela morra da forma mais cruel que existe: sem a chance de se mostrar para o mundo. Não podemos viver pensando em doenças, tristezas, mortes e coisas que não nos acrescentam nada de bom. Devemos ter a alegria de ousar um sorriso onde tudo parece perdido e triste. Devemos ser suficientemente bons o bastante para sustentar esse sorriso diante de tantas adversidades. Devemos fazer o nosso melhor. Tem vida explodindo detro de você. Deixe o mundo ver o seu brilho.



Assista ao clipe. É uma lição e tanto. 




Dois







Como dois estranhos,
Cada um na sua estrada,
Nos deparamos, numa esquina, num lugar comum.
E aí? Quais são seus planos?
Eu até que tenho vários.
Se me acompanhar, no caminho eu possso te contar.
E mesmo assim, queria te perguntar,
Se você tem aí contigo alguma coisa pra me dar,
Se tem espaço de sobra no seu coração.
Quer levar minha bagagem ou não?
E pelo visto, vou te inserir na minha paisagem
E você vai me ensinar as suas verdades
E se pensar, a gente já queria tudo isso desde o inicio.
De dia, vou me mostrar de longe.
De noite, você verá de perto.
O certo e o incerto, a gente vai saber.
E mesmo assim,
Queria te contar que eu talvez tenha aqui comigo,
Eu tenho alguma coisa pra te dar.
Tem espaço de sobra no meu coração.
Eu vou levar sua bagagem e o que mais estiver à mão.

Composição: Tiê e Thiago Pethit



 
Um beijo pro meu amor, que me apresentou a Tiê e que ontem me mandou essa música linda!






25 de outubro de 2010

Não é proibido







Jujuba, bananada, pipoca,
cocada, queijadinha, sorvete,
chiclete, sundae de chocolate,
Uh!


Venha pra cá, venha comigo!
A hora é pra já, não é proibido.
Vou te contar: tá divertido,
Pode chegar!





Não é proibido, da Marisa Monte.






18 de outubro de 2010

Sobre superpoderes...








Todo mundo acha que eu sou o Super-Homem. Só pode ser. Todo mundo quer conversar comigo e todo mundo que eu converse com alguém e ouça e resolva alguma situação. É estranho pensar nisso, sabe? É estranho justamente pelo fato de tanta gente falar (mal) de mim por aí. Isso me aborrece bastante, mas eu não dou a mínima pra falar a verdade. Tem muita gente que fala bem, pra balancear a situação. Acho que o saldo é sempre posítivo no final das contas, pelo menos é o que eu espero.


O fato é que eu sou um ser humano, cheio de erros, defeitos, qualidades, acertos e uma quantidade satisfatória de ironia e sarcasmo. Isso me faz levar a vida um pouco mais leve, o que não diminui o fardo. As pessoas, ou amigos, como são conhecidos, só querem saber de resolver os seus próprios problemas e receber ajuda de quem quer que seja. O meu problema é sempre menor que o dos outros. Hoje cedo tentei falar sobre uma coisa que estava me aborrecendo com um amigo pelo MSN. Falei, falei, falei. Ou melhor, digitei, digitei, digitei. No fim das contas, depois de expor todo o meu coração, esse meu amigo disse um às-vezes-isso-acontece e continuou a falar e falar e falar da sua própria vida e daquilo que considera como "problema". 


Ok, eu não estou aqui para desmerecer o problema de ninguém. Muito menos para elevar o meu ao posto de super-problema. O fato é que cada um sabe onde aperta o sapato. E o meu estava apertado. Custava me ouvir e me dar atenção e esquecer um pouco dos tantos problemas que povoam sua vida? Eu acho que não. Até porque o Super-Homem aqui está sempre disposto a ouvir e aconselhar e perder horas a fio ouvindo as lamúrias de todo mundo. Poxa, eu não tenho nervos de aço e um peitoral tão bem definido quanto o do Super-Homem. Me enxerguem como ser humano. Um ser humano forte, eu admito. Diferente de tudo o que você já viu e com a experiência de uma pessoa que presta atenção aos detalhes que vão passando pela vida da gente. Os detalhes fazem a diferença, acredite.


Não quero que ninguém se sinta ofendido com esse texto. Só estou escrevendo porque talvez isso sirva como o desabafo que não consigo ter com as outras pessoas ocupadas que vivem ao meu redor. O objetivo é só conversar com alguém e mostrar que eu também preciso de cuidado, atenção, carinho e um pouquinho de mimo de vez em quando. Não quero rosas e nem tapete vermelho. Não quero viajar para um lugar lindo e viver uma vida de princesa. Até porque, com exceção da Princesa Fiona, eu acho todas as outras um saco. Quero poder contar com a compreensão de vocês para o que vou dizer agora: eu não sou o Super-Homem. Posso ser o Super-Diego, mas não o homem de aço. Eu choro (muito), dou gargalhadas (até com situações que não cabem uma boa risada), canto (muito mal), danço (não danço, balanço a cabeça e mexo o corpo), rebolo (pra manter tudo em ordem, mas de fato não sou a Carla Perez e muito menos a Valeska Popozuda). Eu vivo. E observo. E o que eu puder, transmito aos outros. Principalmente as coisas que podem fazer mal aos outros. Falo, sou incompreendido, algumas vezes me dão ouvidos, outras vezes nem tanto, mas no fim tudo se ajeita.


O Super-Homem tem a Kryptonita. Eu tenho várias. Tenho várias pedras que me enfraquecem. Não vou contar todas, porque eu não sou bobo. Porém eu tenho uma que me incomoda bastante: não gosto de pedir atenção, carinho ou qualquer coisa relacionada a sentimentos e emoções. Sinta, por favor, sinta. É tão difícil assim? É tão difícil perceber as coisas? Eu preciso sempre falar o que está acontecendo? Isso me dói. Parece que eu estou implorando por uma coisa que eu dou aos montes para você. Parece que eu estou pedindo um item extra desse pacote-amor. Se você não quer, ótimo. É só dizer e eu entendo. Não sou uma criança mimada. Aliás, nunca fui. Mas depois que você disser que não quer, não volte atrás. Fica parecendo que está me fazendo um favor. E essas coisas de amor não devem ser um favor. Elas não devem nem ser faladas. Não acho certo falar de amor, amor é única e exclusivamente um sentimento e, como tal, deve ser sentido antes de qualquer outra coisa. O amor deve ser sentido, percebido.


Me compreenda, eu só quero amar e ser amado. Quero conversar com meus amigos e ser ouvido. Quero não ter que pedir sentimento. E detesto falar sobre isso.