22 de junho de 2010

Cores







Eu comprei meias coloridas. Eu comprei e vou usar. Aliás, já usei. Não quero nem saber se alguém vai torcer o nariz pro excesso de cor que elas têm. Fui lá e comprei e paguei e são minhas e sou eu quem vai usar. Não interessa se são coloridas, pretas, brancas, azuis ou cor de abóbora. Não interessa se são normais ou de dedinhos (as minhas são de dedinhos, só pra constar). O que interessa é o bem que elas me proporcionam.

Muitas vezes deixamos passar batido esse detalhe importantíssimo: o prazer que algumas coisas ou pessoas ou plantas ou animais nos proporcionam, a alegria que determinadas situações trazem para o nosso mundo, a vontade de ir um pouco mais além que um simples par de meias podem trazer para a vida de uma pessoa. Não tenho medo ou vergonha de usar todas aquelas cores. Quem foi que disse que eu preciso me anular? Viver no preto e branco e azul escuro e cinza? Quem foi que disse que eu não posso ser um arco-íris ambulante? Queria muito descobrir quem é que dita as regras pra poder ir lá, olhar bem nos olhos dele e, petulantemente, esfregar minhas meias coloridas na cara desse retrógrado senhor. E digo mais: terei um imenso prazer em fazer isso.

Gosto do vermelho, que me lembra amor, meu amor, morango, coração e bla bla bla. Gosto do amarelo, que vejo no sol todos os dias. Gosto do azul, que faz eu me sentir nas nuvens. Gosto do verde, que me faz respirar melhor. Gosto do rosa, que me lembra as jujubas mais gostosas do pacote. Gosto do roxo, que me lembra os ematomas que eu adquiria quando ainda aprendia a andar de bicicleta. Gosto do alaranjado, que me traz o cheirinho da laranjeira em abundância. Gosto do branco, que faz um bem danado para a mente. Gosto do preto, que me lembra as minhas roupas mais lindas. Gosto de todas as cores. Todas elas me trazem alegria, vida, exuberância e delicadeza. Gosto de tê-las sempre comigo, juntas, separadas, pedaços, listras, bolas, partes de um todo que não tem fim. Gosto de sentir o sabor de infância (eterna) que elas me mostram.

Eu poderia deixar de usar as minhas meias, as minhas cores, mas assim eu não seria coerente comigo mesmo. Eu poderia. Eu poderia. Eu poderia. Eu poderia tantas e tantas coisas que nunca pensei que poderia querer ou ser. Porém, fazendo isso, eu não poderia ser eu mesmo. Eu não poderia gritar bem um alto um palavrão quando eu batesse o dedinho no canto da estante. Eu não poderia comer Nutella com o dedo indicador. Eu não poderia levar um café na cama pro meu amor. Eu não poderia viver. Eu não poderia VIVER! Você tem noção do quão é importante viver? Eu digo viver mesmo e não apenas existir. Viver no sentido de que você precisa construir a sua história, agindo de acordo com o seu coração e princípios, acreditando em quem o seu instinto natural (sim, eu tenho um bem aguçado) manda você acreditar. Vivendo de acordo com o que faz bem ao seu coração. Eu poderia te dizer para seguir todas as regras, mas não seria eu. Eu não sigo todas elas. Na verdade, nem sei se eu sigo as regras impostas. As regras que eu sigo foram todas criadas pelo meu jeito turrão e abnegado de ser. Elas estão intrinsecamente ligadas a mim.

Eu deveria te encorajar a quebrar todas as regras, mas esse não é o caminho e muito menos o que eu desejo a você. O que eu desejo a todos é que criem suas regras, seus valores, princípios, que acreditem nos seus anseios, que vençam seus medos, que possam fazer valer cada amanhecer. Deus (sim, eu acredito em Deus) ou qualquer que seja a sua crença, nos fez seres humanos pensantes e cheios de vontades justamente para sermos felizes. Para poder viver de acordo com o que nos faz bem. Porque pecado pra mim é deixar de comer um brigadeiro com medo de engordar e ser mal visto pelos outros. Eu não me importo com o que os outros pensam mesmo. Não tô nem aí. Eu sou um menino, amo um menino, como brigadeiros e uso meias coloridas.







Eu poderia falar pra você ouvir True Colors por causa do lance das cores e tal, mas eu prefiro que você veja (e ouça)





e acreditem que amanhã todos seremos bonitos e bem coloridos!



21 de junho de 2010







Sorria!
Mesmo quando tudo parecer perdido.
Mesmo quando o mundo te diga "não".
Mesmo que o sol não te aqueça em um dia frio.
Mesmo que seu coração continue ferido.
Mesmo que a vida te dê uma rasteira.
Mesmo que você não consiga sorrir...
Sorria!




Sorria, pois sempre haverá alguém para segurar a sua mão e acalentar o pranto do seu coração.






4 de junho de 2010




"Eu fiz tudo certo, só errei quando coloquei sentimento."

Clarice Lispector