29 de setembro de 2010

Esquecimento versus A.M.O.R.








Por esses dias um amigo me perguntou: o que ele disse sobre mim? Eu, não querendo ser duro ou indelicado, perguntei: você quer mesmo saber? Ele disse: sim, quero saber exatamente o que ele disse. Eu, depois de um leve suspiro, disse: ele disse que vai te esquecer de uma vez por todas. (Silêncio e tensão)


Detesto essas situações. Detesto estar entre o abraço. Detesto ter corações apaixonados partidos ao meu redor. Detesto ver amor morrer. Amor de verdade, viu. Amor que dói, que lateja, que faz sufocar. Mas muitas vezes você é praticamente obrigado a assistir de camarote ao amor morrendo. Muitas vezes não temos saída e, por mais que nos esforcemos, não conseguimos ajudar. 


O amor nasce. Lindo, saudável, robusto e bem rosadinho. Depois o amor cresce. Forte, serelepe, cheio de disposição para enfrentar o que der e vier. Às vezes o amor, adolescente, entra em crise. Natural nessa fase da vida, né? Passada essa fase, cicatrizadas as marcas, o amor segue seu rumo. Daí em diante é preciso muito zelo e cuidado para cuidar do amor. Ele já é adulto, tem suas prioridades e vaidades. O amor é orgulhoso, é cheio de si. Ele requer espaço e muito cuidado. Tem que prestar atenção se ele tá afim de dar um passeio, se ele tá afim de assistir um filme ou se ele tá afim de ficar quietinho no canto dele fazendo as coisas dele. Porque sim, o amor tem as suas próprias coisas, seus próprios afazeres, aquelas coisas que ele gosta de fazer sozinho. Isso não quer dizer que ele não te ame. Isso não quer dizer que ele te despreza ou então que não quer cuidar de você. Tudo isso faz parte do pacote. As pessoas são diferentes e isso deve ser encarado todos os dias na frente do espelho, antes de escovar os dentes e arrumar os cabelos. Amar é complicado e, ao mesmo tempo, muito simples. Basta pegar o jeito.


Não adianta querer entregar o seu amor a outra pessoa. O seu amor tem o par dele. É a tal da alma gêmea. Depois que eles se encontram, não conseguem apagar da memória aquela imagem, aquele cheiro, aquele gostinho bom de cereja que ficou da bala que tava na boca dele. Se você já encontrou o seu amor nem pense que vai conseguir substituí-lo. Fudeu. Ele já invadiu todos os seus poros, já montou barraca na sua varanda e fez morada em seu coração. 


Se te invadiu, acolhe. Se te faz feliz, conserve. Se estão querendo atrapalhar, lute. Passe por cima, dê chilique, grite, deite e role no chão. A vida não dá chance para nenhum tipo de mosca-morta. A vida quer que você agarre o amor com unhas e dentes, quer que você rosne para quem entra no caminho, quer que você cuide e que você, acima de tudo, ame e seja amado. Ser amado é sentir o amor, sentir o calorzinho dentro do peito. É acompanhar o amado, estar presente, ser amigo dos amigos de verdade que ele tem, ser companheiro e ouvir as lamúrias do dia-a-dia, afinal de contas, todo mundo tem problemas. Amar é passar a noite em claro ao lado da pessoa que você ama, é comprar frutas e biscoitos e aplicar uma grande dose de compreensão, paciência e carinho. Amar é ser amor.


Quando você pensar que não dá mais, que está tudo acabado e que ambos precisam ficar separados, lute. Corra atrás do seu amor. Acalme, perdoe, confie, sirva. Viva o seu amor. E quando você relutar, lembra daquele sorriso, daquele dia em que vocês foram tão felizes, daquele gesto, do perfume, do sabor. Lembra do que te faz bem nele. E lembra que desistir é fraco demais para o amor. Desistir é uma atitude que não combina com quem ama verdadeiramente. Desistir é enganar-se, é tornar o amor uma coisa banal. Desistir nada mais é do que abandonar uma criança que precisa do seu cuidado. A vida não é cor-de-rosa-choque-chiclete-chocante-com-bastante-glitter. A vida é cheia de altos e baixos e baixos e mais baixos e alto elevadíssimos e mais altos ainda e você precisa aprender a lidar com isso. Você precisa crescer e aprender que nem tudo é como você quer. Nem tudo pode ser tão perfeito assim. Perfeito é amar quem te ama e buscar a felicidade ao lado dessa pessoa. Fica a dica.






Só pra constar nessa notinha de rodapé: eu já tenho meu amor e luto por ele todos os dias.





27 de setembro de 2010

Aquele sobre presentes...






Eu acredito em presentes divinos. Aquele que você espera ganhar. Aquele que te faz feliz de uma forma diferente. Aquele que não precisa ter um valor material. Aliás, presente tem que ter sentimento. Tem que ter alegria embutida, boas energias, vibrações positivas e muito carinho. O presente tem que vibrar, tem que fazer você sentir aquele calorzinho bom no peito, sabe? Presente é assim, um presente. Presente é horizonte feliz, é canto de bem-te-vi, é leveza de beija-flor, é perfume de jasmin, é suavidade de rosa vermelha num lindo buquê. Presente te faz querer bem, te faz sentir sempre amado, te faz suspirar nos momentos em que você dele se lembrar.


Todos nós sonhamos com o presente ideal. Aquele presente que vai arrebatar os nossos corações e fazer a gente saltar de alegria por semanas. Mas eu te digo: bom mesmo é ganhar o horizonte, seja ele da cor que quiser ser. Bom mesmo é acordar com saúde, sem sentir dores, sem sentir medo, sem sentir angústia. Existem aqueles que não dão valor aos mínimos detalhes e eu te digo: eu valorizo. Valorizo o amanhecer, o entardecer e o anoitecer. Valorizo tudo o que eu vivo nesses intervalos. Valorizo meu dia e as coisas que eu fiz. As coisas que me fizeram e que eu não gostei eu descarto. Essas não me servem de nada. Algumas são aprendizado, outras são decepção. A vida é assim. Ela não é cor-de-rosa, apesar do seu horizonte poder ter a cor que você der a ele.


Hoje, 27 de setembro de 2010, eu completo mais um ano de vida. Acredite ou não, hoje eu me libertei de algumas dores, algumas angústias e medo. Hoje eu sinto que eu mereço ser feliz e que isso não é nenhum pecado. Tudo o que eu fiz na vida foi tentando acertar, foi tentando dar a mim e aos que amo a chance de me conhecerem cada vez mais e melhor. Eu erro? SEMPRE! Todos os dias e horas e minutos, mas eu reconheço meus erros e peço desculpas a quem as merecer. Faço da minha vida um grande aprendizado e procuro prestar atenção nos mínimos detalhes. Só quem já passou por situações em que se chega ao limite de suas forças consegue enxergar que fortes são aqueles que não conhecem seus próprios limites e, não os conhecendo, não deixa de fazer nada do que é preciso ser feito.


Tenho presentes constantes na minha vida. São presentes que eu amo e valorizo e sem os quais não consigo viver da forma mais completa que um ser humano pode alcançar. Meu presente maior - minha mãe, minha diva, minha estrela preferida. Meu pai que é tão igual a mim. Meu irmão que é tão 2.0. Meu amor que é o mais lindo dos amores, aquele que segurou a minha mão quando tudo ficou escuro e eu pensei que não ia aguentar a dor. A esses meus presentes o meu mais sublime amor. Minha devoção e carinho. Meus cuidados e minha vontade de fazer sempre mais por eles. Obrigado. Muito obrigado! Eu não tenho palavras suficientes para descrever a importância de vocês na minha vida, por isso eu demonstro. Tenho meus amigos queridos. Poucos, raros, tão pequeninos e, ao mesmo tempo, tão gigantes e gloriosos. Vocês sabem quem são e sabem da importância de vocês na minha vida. Muito obrigado por vocês existirem.


Aniversário é assim mesmo ou eu que sou meio novela-mexicana?
Enfim, eu queria dizer isso. Espero ter dito de uma forma legal.






Um dos meus presentes:






 

10 de setembro de 2010






"Quando você chega ao limite de toda luz que você conhece, 

e está a ponto de dar um passo na escuridão, 

ter é saber que uma dessas coisas vai acontecer: 

vai haver chão ou você vai APRENDER a voar." 


(Richard Bach)












Tem dias que realmente não dá, né? Tem dias que o cabelo não ajuda, que a cama tá quentinha, que o café tá frio, que a padaria não fez aquele pão-de-queijo que você adora comer toda manhã. Tem dias que realmente você se sente desmotivado. Confesso que, por diversas vezes, esses foram alguns motivos que me deixavam pra baixo, triste, reclamando das coisas. Hoje as coisas estão bem diferentes. Acredito piamente em purificação. Alma limpa, sabe? Às vezes passamos por provações e processos que nos purificam e nos fazem enxergar que não podemos reclamar tanto de coisas tão banais. Não devemos reclamar de tanta futilidade: a internet caiu, o cachorro latiu, a vizinha gritou com você. Para! Stop! É difícil, eu sei. Seu chefe te pede coisas impossíveis, o seu colega de trabalho acha que é melhor que você, as coisas que você precisa fazer são menos importantes que as que os outros têm para fazer. É assim, gente. A vida é assim e se você for dar corda para essas coisas você não vai viver. E viver, saibam, é lindo!


Não desejo de forma alguma nenhum tipo de dor ou sofrimento, mas eu posso afirmar que depois de um período assim você fica mais forte, mais agradecido a Deus e mais consciente de que existem dores e formas de sofrer muito maiores do que a sua. Você passa a enxergar o outro em sua essência. Você começa a perceber verdadeiramente que o que dói em mim de uma forma pode doer mais forte ainda no outro. E isso te faz bem. E isso é importante. E isso te ajuda a seguir em frente. Isso te mostra que você não está sozinho no mundo e que tem pessoas que te amam (e são pouquíssimas, não pensem que são muitas porque não são), pessoas que vão estar ao seu lado quando você surtar e quiser sair correndo e pular do vigésimo sétimo andar do Empire State. Isso te faz ver que você tem Deus quando, no ápice da sua dor, você se vê firme e vivo e com forças para lutar contra a dor. E você vence. E você transforma a sua dor em purificação e se torna mais humano. É aí que você ganha as suas asas e aprende, livre, a voar.