30 de julho de 2010

Algumas linhas para o meu limite





Seria bom se você pudesse clicar nessa imagem e ouvir essa música enquanto lê esse texto. Acredite.




Tem gente que tem um auto-controle incrível, para mim inexplicável. Nunca consegui tal proeza. Sempre fui um sem-limites na vida. Não digo que fui um desmiolado que bebe e cai pelas ruas ou que sai beijando até o cachorro manco da esquina ou que sai fazendo coisas insanas e querendo aparecer mais do que as celulites da Watermelon Woman em plena Copacabana beach. O que eu quero dizer sobre limites é para a minha imaginação, que é fértil, que é louca, que é bandida e muito fugaz.

Preciso te contar que tive umas semanas bem difíceis, dessas que enlouqueceriam até o mais sensato dos homens. Isso explica tudo. Para me enlouquecer poucas coisas bastam. Poucas coisas me fazem me sentir péssimo, neurótico, fora de mim, um verdadeiro maluco em pele de oi-sou-normal. Mas não fique preocupado, como eu disse, eu exagero. Ou melhor, meu cérebro é que exagera por mim. Se dependesse de mim eu seria a mãe e o pai da paciência. Contudo, não sou. Digamos que eu sou a própria impaciência, a própria paranóia, a própria neurose. Mas eu sou uma boa pessoa, ok? Só estou desabafando com vocês porque sei que você vai me entender. Ou pelo menos tentar. Ou pelo menos fingir que entendeu. Ou pelo menos fingir que tentou entender. Que seja, não preciso de todo seu entendimento, só preciso que você me ouça: eu tenho alguém dentro de mim que grita. E esse alguém grita alto. Às vezes ele grita tão alto que me desorienta, me deixa sem rumo, sem norte, sem noção do que eu tenho que fazer nesse mundo.

Quantas horas de sono perdidas por preocupações tão tolas, tão inúteis, tão non sense. Sabe do que eu preciso? Uma boa dose de relaxamento, um lugar onde eu possa libertar essa coisa que grita dentro de mim, um lugar onde eu possa ser compreendido e contar com o seu abraço e com o seu também e com o seu também e com o abraço do amor mais amor dos amores, do meu amor, da minha mãe, do meu pai, do meu irmão, um abraço de Deus. Um abraço sublime que faça descansar e acreditar que tudo nessa vida passa e que você é forte o suficiente para aguentar isso com um largo sorriso no rosto, mesmo que o sorriso esteja forçado. Ainda assim ele é sorriso.

Eu preciso de algo que me faça acreditar na eternidade de cada segundo, na força das palavras, no poder dos meus pensamentos. Muitas vezes eu divago em busca de mim, em busca de algo que faça algum sentido e que possa me dizer: "-Acorda, você é mais que isso! Você é muito mais que isso!" Eu tenho me manter numa linha, uma linha reta, que às vezes se curva, outras vezes dá um nó que parece cego, que por vezes é conduzida pelo vento, uma linha que, como nós mesmos, é apenas linha. É apenas um breve pulsar, um movimento que busca seu destino em busca da felicidade. Quem foi que te fez acreditar que é fácil ser feliz? Quem é que te disse que tudo seria fácil e bonito como nos filmes? Quem é que te disse que você é a Cinderela? Acorda! Levanta dessa cama, porque você é mais que isso. Levanta dessa cama em que você comodamente faz questão de deitar-se sempre que o mundo está explodindo lá fora. Levanta e vem ver o sol, o céu, sente o vento no seu rosto, sente a vida.

Eu faço coisas sem pensar, penso demais em coisas antes de fazer, penso e não faço nada, faço e penso em tudo que fiz. Acho que isso é normal, não é? Espero que seja, porque tem coisas que eu faço e sei que não deveria ter feito, mas ainda assim não quero ir lá e deletar tudo e fingir que eu acho tudo isso lindo porque eu não acho. Que quando eu fizer, que seja por mim. Não acho legal, mas confio em você. Eu não confio é no que o meu cérebro fica imaginando. Não permita que ele fique imaginando coisas, deixe tudo bem entendido, tudo bem explicado, tudo às claras e objetivamente elucidado e esclarecido. Encucado, ele começa a criar roteiros mirabolantes. Encurralado, ele faz caquinha. E é aí que eu começo a surtar.

Pois bem, o que precisava era isso: conversar com você. Me desculpe pela demora, mas não tenho tido tempo para separar as palavras que eu precisava colocar aqui. Desculpa, mas eu preciso escolher amiúde tudo o que eu digo a você. Muito obrigado por estar aqui comigo. Eu precisei, por diversas vezes, vir aqui e falar com você, mas não consegui achar forças para expressar alguma coisa que pudesse fazer sentido. Eu não fazia sentido para mim naquele momento. Obrigado por me ouvir e por estar ao meu lado. Mas está tudo bem. Foi só o meu exagero que entrou em ação. Mas ainda assim obrigado. Reze por mim, por você, por todos. Espero que entendam os meus limites e me façam acreditar que eu posso (e sou) uma pessoa como outra qualquer. Humano. Ser.







"Desistir não é nobre. E arduamente, não desistimos."
Do Caio Fernando Abreu.










20 de julho de 2010

Já volto!






5 de julho de 2010






Se vai tentar
siga em frente.
Senão, nem comece!
Isso pode significar perder namoradas
esposas, família, trabalho...
e talvez a cabeça.
Pode significar ficar sem comer por dias,
Pode significar congelar em um parque,
Pode significar cadeia,
Pode significar caçoadas, desolação...
A desolação é o presente
O resto é uma prova de sua paciência,
do quanto realmente quis fazer
E farei, apesar do menosprezo
E será melhor que qualquer coisa que possa imaginar.
Se vai tentar,
Vá em frente.
Não há outro sentimento como este
Ficará sozinho com os Deuses
E as noites serão quentes
Levará a vida com um sorriso perfeito
É a única coisa que vale a pena.

Role os Dados - Charles Bukowski





Agradecimentos especiais ao meu amigo Deco Cassavetes
que sempre me manda textos incríveis!