25 de julho de 2011

E se eu não conseguir voltar?











E se tudo ficar perdido na poeira do tempo? E se tudo o que sempre sonhei estiver indo para o fundo de um poço úmido e escuro? E se eu não conseguir tirar isso tudo de lá? Não sei se tenho forças suficiente para aguentar o mal cheiro disso tudo... não sei se consigo. Aquele velho e bandido aperto no peito, aquela lágrima que fica presa no céu da boca, aquele suspiro triste de quem passou a noite tentando entender o que está errado. É nesse mundo que a gente passa a sobreviver depois das porradas do amor. Ah, o amor! Esse grande canastrão, esse filho de uma puta, esse vício que nos acorrenta.



Se eu pudesse escolher, não amaria de novo a mesma pessoa. Não agora. O amor se fez descrente pra mim nesse momento. Eu conheci o lado negro da moedinha dourada e não gostei do que vi. Eu esperava coerência, discernimento, maturidade. Tudo que encontrei foi um grande lago de m*&#$, um grande poço de vaidades, um grande oceano de falta de respeito por quem tanto se respeitava. Estou em pedaços e não tenho forças para juntar os cacos. A queda foi grande, o impacto abalou as minhas estruturas e eu estou sem vontade de acreditar num futuro melhor.




Pelas costas? Jura? Tinha que ser nessas costas que se colocaram na sua frente tantas vezes pra te defender? Tinha que machucar esse meu já tão picotado coração? Essa navalha que vocês, agressores, usam arde enquanto corta. É uma dor lancinante, é uma dor seca e voraz. Ela passa devastando toda a superfície do coração antes de atingir as principais artérias. E isso doi! Doi muito e doi como nenhuma dor que você já me causou consegue doer. E esse seu silêncio? Você não acha que eu mereço ter os seus ouvidos pregados na minha boca enquanto eu despejo toda a ira que essa sujeirada toda me causou não? Você não acha certo saber se o babaca aqui está vivo ou morto, não? Quantas perguntas pra você, né? Justo você que sempre gostou de ser essa interrogação ambulante. Justo pra quem estou eu perguntando esse monte de desespero meu... triste fico, triste estou.



Eu preciso tentar descobrir quem você é verdadeiramente, porque eu sei exatamente quem sou. E todo mundo sabe quem eu sou. Eu quero conhecer o que existe desse outro lado aí, já que você não ajuda nessa minha volta. Tudo o que eu sempre quis era alguém que me amasse, que se entregasse a mim de corpo e alma (da mesma forma como eu me entrego a cada segundo), que me falasse a verdade na hora certa e não desse valor ao passado que eu não gosto de saber. Não me deixasse saber, não me deixasse encontrar rastros desse seu eu que eu tanto detestaria conhecer exatamente por ser tão diferente de tudo o que eu sempre quis. A mim, resta-me a dor e a dúvida. Essas duas danadinhas que me fazem gotejar sangue por todos os poros. O que eu faço? O que eu devo fazer? Como proceder diante desse inferno? Como arrancar essa dor do meu peito? Como fazer parar? São tantas perguntas e poucas pessoas para me ajudarem a responder. Insensato amor, não faça mais isso comigo. Não comigo. Não com esse cara aqui... ele só faz querer bem e fazer o bem e ser do bem. 



"Amanhã é outro dia, aprendi isso hoje!" Aprendi com o Caio F. e com minha amiga: amanhã, por mais difícil que o hoje esteja sendo pra mim, será outro dia. Espero que isso passe, que a dor se dissipe, que o meu peito volte a sorrir aquele sorriso de primavera ensolarada, porque hoje... hoje ele está escuro, úmido e cheio de morcegos.







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