9 de março de 2010

Pequena oração com ponto e vírgula





Deliciosamente pecaminoso com requintes de libidinosidade. Eu nunca fui um moço bem-comportado. Pudera, nunca tive vocação pra alegria tímida, pra paixão sem orgasmos múltiplos ou pro amor mal resolvido sem soluços. Eu quero da vida o que ela tem de cru e de belo. Sou dramático, intenso, transitório e tenho uma alegria em mim que quase me deixa exausto. Eu sei sorrir com os olhos e gargalhar com o corpo todo. Eu sei chorar todo encolhido abraçando as pernas. Por isso, não me venha com meios-termos, com mais ou menos ou qualquer coisa. Venha a mim com corpo, alma, vísceras, tripas e falta de ar.... Eu acredito é em suspiros, mãos massageando o peito ofegante de saudades intermináveis, em alegrias explosivas, em olhares faiscantes, em sorrisos com os olhos, em abraços que trazem pra vida da gente. Acredito em coisas sinceramente compartilhadas. Em gente que fala tocando no outro, de alguma forma, no toque mesmo, na voz, ou no conteúdo. Eu acredito em profundidades. E tenho medo de altura, mas não evito meus abismos. São eles que me dão a dimensão do que sou. Segue o teu destino, rega as tuas plantas, ama as tuas rosas. O resto é sombra de árvores alheias. Pequenos milagres acontecem todos os dias. Que nós saibamos reconhecê-los, aproveitá-los, agradecê-los. E que Deus esteja sempre conosco. Um salve à pluralidade, um dane-se incontido e, ao universo, o meu muito obrigado. Amém!


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