23 de março de 2010

Foi tudo culpa da lua










Tudo o que eu precisava naquele dia era de um pouco de mim. O professor de inglês precisou faltar. Mal sabe ele o bem que me fez. Vim caminhando pela rua movimentada e não era tarde ainda. Beirava às 19h30. Fiquei de papo com a minha amiga ainda na escola de línguas e depois segui para o que eu precisava: um bom chocolate quente da Sol e Neve, o banco do Jardim e a lua.

Ela estava cheia e parecia um grande farol. As luas na minha cidade geralmente são muito bonitas e eu estava ansioso pelo banco de melhor visualização. Enfim, ele desocupou antes que eu chegasse próximo ao grupo de amigos que o ocupava. Tenho essas manias: gosto de ter um lugar certo... isso me faz falta.

Fiquei ali por longos minutos. Na verdade foram só uns dez minutos, mas para mim eles representaram a renovação de minha alma. Não sei o porquê, mas a lua sempre me fez bem. Até mais que o sol. O sol me faz transpirar. A luz me faz respirar. É só olhar pra ela e contemplar por alguns minutos. Não basta passar batido e dar uma ‘olhadela’. Sou amante da admiração. Gosto de parar e ver os detalhes. Faço isso com as pessoas. Paro, olho, admiro, descarto ou sigo em frente. Sim! Descarto! Tem gente que não merece a minha atenção (nem mesmo a atenção de outras pessoas) e eu não vou ser hipócrita e dizer ‘coitadinhos, eles não têm culpa’. Sou daqueles que acreditam que essência, assim como o perfume da alma, a gente adquire. E isso é fato pra mim!

Enfim, o chocolate nunca esteve tão quente e o chantilly nunca esteve tão doce. Devia ser a lua. Era a lua! Gosto dela dourada ou prata. Elas podem variar que eu não ligo. Sou assim com as pessoas. Já disse a alguém muito especial uma vez que ela podia vir com seis dedos no pé que ainda assim eu a amaria do mesmo jeito. Não sei fingir sentimento e raras vezes eu minto. Mas a gente sempre mente de vez em quando... diz que já almoçou e está satisfeito quando não quer comer alguma coisa que não gosta, diz que chegou tarde porque o trânsito estava péssimo, diz que está bem quando tudo por dentro está um lixo.

A vida vai ser sempre assim e eu precisava (em caráter de urgência) entender que viver machuca. Precisava aprender a curar as minhas feridas e fazer delas um ponto de aprendizagem. Eu sempre quis poder fazer isso. E eu sempre tentei fazer isso. Porém a gente não ganha sempre a parada, né? Acho que daqui pra frente eu vou entender que a vida vai machucar sim e que eu preciso aprender por quem vale a pena sofrer. Se é que existe esse alguém. Pelo menos sofrer por amor, paixão e similares. Somos e valemos mais do que pensamos. O problema é que temos o triste hábito de nos menosprezarmos. Não vou mais fazer isso! Luto muito e todos os dias! Não deixo barato! Olho dentro dos olhos da vida e quero que ela saiba que sou tão forte quanto ela. E tenho dito!





Diego Muzitano, 8 de julho de 2009.





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